80 anos do Rei: Pelé e seleção brasileira já estiveram em Friburgo

O Rei Pelé está completando 80 anos nesta sexta-feira, 23 de outubro. Salve, salve! Alguns dias da carreira do maior craque do futebol mundial foram registrados em Nova Friburgo, nos idos de 1962.
A seleção de Pelé, Garrincha, Didi, Nilton Santos e outros craques se concentrou em Nova Friburgo, cidade colonizada por imigrantes suíços e alemães, por conta do clima semelhante ao do Chile - sede da Copa do Mundo na ocasião.
A concentração foi no hotel Sans Souci (onde funciona atualmente a Universidade Estácio de Sá, nas Braunes), mesmo nome do palácio alemão de belos gramados em Berlim, na Alemanha. Na chegada à cidade, no dia 9 de abril, os jogadores foram recebidos com aplausos pelos moradores durante desfile de ônibus.
Os jogadores cumpriram uma rotina de exames médicos, treinos físicos, táticos e coletivos no campo do Fluminense de Friburgo (atual Estádio Eduardo Guinle, Campo do Friburguense).
Para assistir à seleção mais de perto, o torcedor tinha que pagar. Com as arquibancadas de madeira e laterais do campo do Fluminense local superlotadas, os dois coletivos dos “scratchmen” brasileiros na cidade tiveram ingressos vendidos pela CBD. No primeiro, realizado à noite, o treino terminou 3 a 1 para o time amarelo, titular, com gols de Garrincha, Pepe e Zequinha, descontando Quarentinha para a equipe azul.
Num domingo, diante novamente de um grande público, o segundo jogo-treino no estádio terminou em vaia. Os torcedores não pouparam a seleção titular de Garrincha e Pelé, que perdeu para a reserva por 3 a 1 (gols de Germano, Quarentinha e Zequinha para os azuis, descontando Coutinho para os amarelos).
Depois das vaias na derrota e do tumulto no hotel da concentração no dia do jogo - políticos e candidatos locais assediaram os craques - a CBD encurtou a temporada na serra. A seleção voltou para o Rio, onde se concentrou no Hotel Paineiras, no Parque Nacional da Tijuca.
Em sua coluna publicada no GLOBO, Nélson Rodrigues comentou o pânico e o medo que surgiram depois da derrota na serra, ressaltando que seriam úteis para “tapar as falhas”. O jornalista e escritor profetizou: “Num bicampeonato, convém ser um pouco neurótico. Não se forma um grande escrete sem angústia. Temos angústia, temos medo. Vamos ser bicampeões”.
E a seleção brasileira, de fato, levantou o caneco pela segunda vez. Entretanto, sem Pelé em campo na maioria dos jogos. Isto, porque, o Rei sofreu uma confusão que o deixou fora dos gramados.