Publicado 04/12/2014 18:26:42

A Infância - Um retorno aos anos 40 (parte III)

Bilboquê, diabolô, pião e bola de gude

As crianças nasciam em casa, amparadas pelas mãos de experientes parteiras (a maternidade só seria inaugurada em 17 de outubro de l947).

Não existiam instituições infantis específicas para os primeiros anos de vida, como creches e jardins de infância. A gurizada brincava, nas calçadas e nos quintais das suas residências, os mais variados folguedos: pique, chicotinho- queimado, pular corda, pular carniça, pular amarelinha, jogar bola, andar de velocípede, ioiô, patinete, bicicleta, etc

Os meninos tinham predileção por empinar pipa, andar de perna de pau, equilibrar aro de ferro, rodar pião, jogar bola de gude, realizar campeonato de ferrinho (os três ultimos favorecidos pelas calçadas de terra).

As meninas passavam horas brincando de casinha. As bonecas eram de papelão (vestidas de papel crepom), de celuloide ou tinham as pernas, os braços e a cabeça de louça e o corpo de pano. Elas eram em forma de bebês.

As crianças se deleitavam com as “historias da carochinha”, cheias de fadas, bruxas, belas princesas, e de príncipes montados em cavalos brancos.

Os livros de Viriato Correia e de Monteiro Lobato, muito instrutivos, transmitiam conhecimentos através de seus incomparáveis personagens.
Muito popular, entre a gurizada, era o “Almanaque do Tico-Tico” com as aventuras do Reco-reco, Bolão, Azeitona e da Faustina.

À tardinha, e nas noites de verão, as melodias das mais variadas cantigas de roda - nas inocentes vozes infantis- preenchiam as ruas tranquilas de uma cidade segura, que desconhecia a violência urbana.

Havia crianças que brincavam com bilboquê e diabolô.

De seis para sete anos, era o momento de se ingressar no colégio, para aprender as primeiras letras, não podendo faltar na pastinha de couro do novo estudante, a “Cartilha da Infância”, “Tabuada”, o estojinho de madeira com lápis e borracha.

O material escolar era simples, estando ao alcance do orçamento de qualquer pai de família. Uma vez iniciado o período das aulas, as brincadeiras ficavam para depois de cumpridos os deveres de casa, mas havia tempo para tudo.

Comentários

lucia sertã 08/12/2014 03:27:28

Muito bom recordar bons tempos !.

Suely Moura 05/12/2014 19:42:20

Hoje em dia é a geração ostentação.

Gilda Verbicário Santos 05/12/2014 17:41:08

Com a leitura de sua crônica revi o filme da minha infância. Muito bom! Brincadeiras que nunca mais vi e que me deu até vontade de refazê-las. Parabéns para sua memória! Beijo.

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