Cinemas reabrem em Nova Friburgo após nove meses fechados

Esta semana finalmente temos a reabertura dos cinemas em Nova Friburgo. Isso só está sendo possível por conta de decretos que permitiram o consumo de alimentos e bebidas no interior das salas, estendeu o funcionamento até 0h e permitiu a entrada de menores de 18 anos. Isso possibilita que os exibidores consigam minimamente tornar viável financeiramente o retorno as exibições.
É muito importante neste momento, que tomemos os cuidados recomendados para preservar a saúde das pessoas que trabalham e frequentam o local. Fiquem atentos ao distanciamento e a todas as indicações de segurança.
Tanto os cinemas do Cadima Shopping, como os do Friburgo Shopping retornaram. Como são muitas as estreias, afinal foram quase nove meses fechados, vou fazer uma crítica resumida para a coluna não ficar muito extensa. Vamos lá:
Vou começar pela maior estreia da semana Tenet. Em cartaz no Friburgo Shopping, o filme foi escrito e dirigido por Christopher Nolan e é uma das principais apostas nessa retomada do cinema. Estrelado por John David Washington e com as presenças marcantes de Robert Pattinson, Elizabeth Debicki, Kenneth Branagh e Michael Caine, o longa tem a marca registrada de Nolan com uma direção que sempre surpreende e um roteiro forte e inquietante. São diversas cenas que mostram algo nunca antes visto nos cinemas. Não vou dar spoiler, mas imagina algo acontecendo no tempo normal, isto é, do presente para o futuro, ao mesmo tempo que também ocorrem ao contrário, do "presente futuro" para o passado. Na mesma cena tem ações para "frente" e outras para "trás". Só vendo o filme mesmo! A produção é impecável, os efeitos primorosos mas existe um problema, que na verdade é comum quando existem muitos saltos no tempo. É a confusão que isso causa na linha narrativa. O filme fica confuso e requer muita atenção. Independente disso, é o melhor filme em cartaz em Nova Friburgo e vale muito assistir, principalmente em um cinema por conta da sua força visual. A indicação etária é para maiores de 14 anos.

Convenção das Bruxas é outra estreia muito aguardada e que rendeu muita polêmica por conta dos efeitos visuais que mostram algumas deformidades nas bruxas, o que pode induzir a percepção de uma relação entre maldade e deformações. Em cartaz no Cadima Shopping, o filme é um remake sem novidades do original estrelado pela poderosa Anjelica Huston. Desta vez, a opção pela Anne Hathaway foi acertada e é realmente o único atrativo que pode chamar alguma atenção. Octavia Spencer e Stanley Tucci estão no automático, e o enredo é um conto de bruxas simplório e com pouco a acrescentar. Pode ser nostálgico para quem viu o original, mas é só isso. Diversão sem esperar muito. Ainda assim, vale o ingresso e a indicação etária e para maiores de 10 anos.
Outra estreia desta reabertura é Destruição Final: O Último Refúgio. Típico filme catástrofe, ele tenta enfatizar os dramas das famílias em uma corrida para tentar se proteger de uma calamidade que está prestes a acontecer. Gerard Butler mais uma vez tem a missão de fazer o impossível para salvar o dia. Ele forma um casal com a talentosa brasileira Morena Baccarin e juntos, precisam achar um refúgio em meio ao caos e desespero que se apresenta. Não tem muito mais além disso, muita ação, drama e correria em uma produção que se preocupou em tentar mostrar uma face mais realista de um possível evento de destruição em massa. Vale sim o ingresso, está em cartaz no Cadima Shopping e a indicação etária é para maiores de 14 anos.
Estreia no Friburgo Shopping Enquanto Estivermos Juntos. Este filme foi uma surpresa por conta de todo apelo dramático cristão que ele vende. Os diretores Andrew Erwin e Jon Erwin conseguem entregar, mesmo que se utilizando dos clichês e da temática religiosa, um drama da vida real. Não se resolve tudo com fé, boas ações e esperança. O que vale é o presente, são os bons sentimentos e como lidamos com as nossas perdas e desafios. O filme conta um pouco da vida de Jeremy Camp, um astro do chamado "rock cristão", completamente desconhecido no Brasil ou fora do segmento, que se apaixona na faculdade e se casa com uma linda moça, mas um câncer aparece para estragar os planos do casal. As músicas são boas e as cenas de palco bem dirigidas. As atuações fazem bem os papeis sem grande destaque. O resultado é um filme dirigido ao público religioso, mas bem acima da média simplesmente por não tentar catequizar e apelar por saídas fáceis. Vale o ingresso e pode agradar a todos. Está em cartaz no Friburgo Shopping e a indicação etária é para maiores de 10 anos.

Outra estreia no Friburgo Shopping é Jovens Bruxas – Nova Irmandade. Este filme não é exatamente um remake do longa de Andrew Fleming de 1996 que, apesar de não ter chamado muita a atenção na época, virou uma referência para o chamado "terror adolescente". A proposta aqui é fazer uma continuação, mas apesar das boas intenções, as dificuldades não eram poucas e a chance de enveredar por caminhos fáceis acabou condenando o roteiro de Zoe Lister-Jones, que também dirigiu o filme. O resultado foi algo genérico e sem qualquer profundidade. Tudo se resume ao enfrentamento dos problemas adolescentes e suas consequências, sem maiores reflexões ou debates. Tem sempre um valentão, os excluídos e um monte de bobos rindo da tragédia alheia. Basicamente mais do mesmo que já foi tão explorado e revisitado. Importante ressaltar a presença sempre marcante de Fairuza Balk, uma das bruxas do original de 1996. Vale o ingresso só mesmo pela diversão. A indicação etária é para maiores de 12 anos.
Por fim, a última estreia desta primeira semana de retorno dos cinemas em Nova Friburgo é O 3º andar - Terror na Rua Malasaña. Não é atoa que um filme espanhol, fora do circuito tradicional da distribuidoras, está em cartaz em Nova Friburgo. Só em estar aqui já merece nossa atenção. A Espanha tem conseguido desenvolver bons trabalhos no gênero terror e esse, mesmo não sendo um dos melhores, está acima da média pela qualidade da produção. O enredo é baseado em eventos "supostamente" ocorridos nos anos 70, quando uma família se muda para um apartamento mal assombrado e acabam em um furacão de eventos sobrenaturais. São muitos os clichês e os desdobramentos do roteiro não são muito criativos, mas os méritos do filme estão nos detalhes. Além da ótima produção de arte, a direção tem uma delicadeza que lembra clássicos como A Sentinela dos Malditos de 1977 ou até mesmo O Bebê de Rosemary de 1968. Vale o ingresso pelo conjunto da obra que consegue entregar um bom terror e com uma narrativa fora da curva do terror, como da Blumhouse ou semelhantes. A indicação etária é para maiores de 14 anos.
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