Publicado 15/08/2014 10:15:29

Dia 16 de agosto, consagrado ao glorioso São Roque!

De todos os bairros de Nova Friburgo, o de Olaria, foi sempre o meu preferido, desde a época, em que era um povoado conhecido por Olaria do Cônego.

Naquele tempo, o começo da sua estrada, era uma alameda de bambus (como a da entrada do Country Clube), e no lugar da Matriz de Nossa Senhora das Graças, uma olaria de tijolos, desativada e em ruínas.

Lá no alto, a singeleza da capela de São Roque, inaugurada, em 1º de março de 1940.Segundo o Prof. Adilson Donato Batista, o terreno, da referida capela, foi doação de sete lotes, feita pelo devoto Júlio Espanhol Vicente, em meados de 1930.Os católicos do bairro se mobilizaram para a construção, fazendo doações de material, contribuindo com horas de trabalho, organizando festinhas, quermesses, realizando leilões, rifas, etc.

Certa vez, correu uma triste notícia, na cidade.Justamente, no dia da festa, uma tragédia. Um ônibus perdeu os freios e desceu a Rua São Roque de ré, fazendo vítimas fatais. Uma delas, era o filho de Esther e Juvenal de Souza, nossos vizinhos, na Rua da Campesina 70 casa 4 (hoje, Vila Vereador Antônio Elias). Só conheceria os detalhes de tal ocorrência, no ano de 2013, ao ler o precioso livro "História da Igreja de São Roque", de autoria do saudoso Prof. Adilson, formado em Filosofia e Teologia e historiador. Segundo o autor, o acidente se deu no dia 16 de agosto de 1954.

As vítimas fatais foram uma jovem de 21 anos e uma menina de 3 anos. O filho de nossos vizinhos (Esther e Juvenal), Dermeval de Souza, de 33 anos incompletos, "foi tirar uma criança do perigo, mas, apesar de salvar a criança, não conseguiu evitar o ônibus".

De acordo como Prof. Adilson, Dermeval tinha o apelido de "Dinei Gato", sendo "conhecido por fazer bravuras nas enchentes, tentando salvar pessoas que estavam se afogando. Era "Gato", pela agilidade, resistência. Apesar de muito ferido, causou admiração ter saído rindo num carro que o socorreu".

Deve ter sido por estar com a consciência tranquila, por salvar uma vida.Faleceu no hospital, quase um mês depois, no dia 13 de setembro de 1954. Era sambista, tendo sido goleiro do Esperança e do Serrano.

Com o tempo, o trauma daquele episódio foi sendo superado. As décadas se passaram, a população aumentou, o número de fiéis cresceu, a capelinha já era pequena para abrigar tantos devotos. E assim, ela começou a ser demolida em 2001, para ser substituída por uma igreja maior.

Sob a liderança do dinâmico Pároco Flávio Vieira Jacques, os devotos- como os de outrora- com muito sacrifício, mas cheios de entusiasmo, se uniram, trabalharam, se empenharam e, uns oito anos depois, viram a estrutura de sua magnífica Matriz, do alto da colina, dominar toda a paisagem do progressista bairro de Olaria, sob a proteção do poderoso São Roque.

Salve o glorioso São Roque!               

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Comentários

Eunice Lobo 20/08/2014 13:31:03

Leio sempre suas crõnicas e fico encantada om o seu conhecimento sobre nossa querida cidade! Bjs

LEIR MARTINS DOS SANTOS 16/08/2014 17:12:02

Leyla, parabéns pela crônica com relação à Igreja de S.Roque. Naturalmente nós frequentadores não conhecíamos toda essa história. Muito boa!

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