A única estreia desta semana é Freaky - No Corpo de um Assassino. Terror e comédia são sempre complicados de equilibrar. Normalmente se tornam paródias mal referenciadas, por isso a boa surpresa ao assistir esse filme da Blumhouse Productions que, mesmo tendo um roteiro batido, ainda consegue encontrar espaço para explorar boas piadas sem perder o peso do terror que é o foco da produtora. Christopher Landon é um diretor experiente no gênero terror e conseguiu subir mais um degrau na carreira conduzindo um projeto difícil de encaixar utilizando referências inteligentes e fugindo de lugares comuns com o jump scare e outros artifícios. É possível reconhecer Jason Voorhees (Sexta-feira 13) em muitos momentos, mais como uma homenagem do que uma referência barata. O enredo é a tradicional troca de corpos, o problema aqui, é que a troca ocorre entre uma adolescente e um serial killer. O filme trabalha diferentes arcos dramáticos e essa é a maior dificuldade e virtude, uma vez que temos o terror e a comédia em uma balança. Seguindo a tradição do gênero, o grande atrativo permanece sendo o sangue e como cada vítima vai morrer, isso não deixa a narrativa se perder e mantem um linha estética coerente. Claro que não tem como fugir dos clichês com a adolescente se descobrindo, os valentões do High School e toda a bobagem que estamos acostumados a ver. A escolha do elenco acerta ao escalar Kathryn Newton e o sumido Vince Vaughn, que sempre consegue se destacar com o seu carisma e jeito desajustado. Freaky - No Corpo de um Assassino é um convite ao entretenimento, carregando uma identidade simplista com louvor sem se levar demais a sério, mas entregando o que prometeu. A Blumhouse mais uma vez acertou ao repetir a sua fórmula com produções de baixo orçamento, mas com grande força de comunicação com o público. Vale sim o ingresso e a indicação etária é para maiores de 16 anos.

Dica: A dica desta semana, para ver em casa, vai para 8 em Istambul. Série turca original da Netflix, ela vem ganhando destaque aos poucos principalmente pela qualidade do roteiro que desenvolve um drama denso, sem recorrer a muitas narrativa paralelas, e que se fecha sem deixar lacunas. O ritmo pode parecer lento para muitos, mas isso faz parte do contexto. É interessante descobrir uma realidade distante da nossa sem os tradicionais clichês, abordado com originalidade e competência.