A única estreia desta semana nos cinemas em Nova Friburgo é um dos filmes mais aguardados do ano e que teve de vários adiamentos em virtude da pandemia. Ele chega com a difícil missão de estimular a volta do público aos cinemas, o que vem se mostrando ser um grande desafio devido a resistência das pessoas por conta do medo de contágio. Mulher-Maravilha 1984, tem todos os elementos para ser um sucesso. O filme de 2017 faturou mais de 820 milhões de dólares e foi a sexta maior bilheteria da DC de todos os tempos, elevando Gal Gadot como uma das maiores protagonistas de super-heroínas ao lado de Brie Larson (Capitã Marvel). O mais interessante desta produção, é que a heroína foge dos estereótipos, passando uma mensagem de paz que aposta mais em uma postura de defesa. Como o filme se passa da década dos das 80, a sensação que fica é de uma Mulher Maravilha do passado, mas com a pegada atual. Não vou fazer qualquer comentário sobre o enredo, na verdade, meu conselho é que, se possível, você vá ver o filme sem assistir ao trailer ou ler qualquer outro material promocional. Existem personagens e elementos que vão ser bem mais surpreendentes, se você não souber antes. O elenco tem Gal Gadot que busca trabalhar um lado mais frágil da personagem, assim como a volta de Chris Pine, o que gerou um estranhamento em virtude do personagem que ele interpretou no primeiro filme, ter encerrado com dignidade o seu arco dramático. Duas atuações, porém, merecem destaque. Kristen Carroll Wiig e Pedro Pascal estão sublimes. Eles entregam a típica jornada de transformação inerente a vilões que, através das sutilezas, vão ganhando uma nova persona, trazendo a tona seus lados mais obscuros. Outro ponto positivo é que a diretora Patty Jenkins, não abusa do CGI e consegue construir cenas grandiosas, sem a necessidade de muito efeito digital, isso torna as sequências mais realistas. Isso vale também para os vilões que são mais "pé no chão", sem a megalomania de seres gigantes e invencíveis. O grande acerto do filme, que apaga qualquer problema que possamos observar, é a capacidade de debater de forma honesta a nossa realidade atual, mesmo sendo utilizada a fantasia colorida dos anos 80. Imperdível e possivelmente o melhor filme de super-herói da DC desde Batman Begins. Vale cada centavo do ingresso e a indicação etária é para maiores de 12 anos.

A dica para assistir em casa desta semana vai para Uma Segunda Chance para Amar. Raramente indico comédias românticas, mas vale ver Emilia Clarke e Emma Thompson em um filme fofo sobre uma jovem mulher que trabalha de elfa em uma loja, e que se agarra a sua essência para buscar uma vida melhor. Obrigatório para fãs de George Michael e bom para ver perto do Natal.