OS PARQUINHOS DE DIVERSÕES - (de magia e emoções)

Por volta dos anos 40, 50, 60 e 70 do século passado, eram muito comuns, nos municípios do interior ou mesmo nas capitais, a existência dos parquinhos de diversões instalados, em terrenos de extensas áreas, de forma temporária ou permanente.
Em nossa cidade, nos últimos anos da década de 1950 e nos primeiros da década de 60, apogeu do “Anos Dourados”, um que se destacou foi o existente, no amplo terreno do atual Edifício Elias Caputo, esquina da Rua Farinha Filho com a atual Praça Demerval Barbosa Moreira.
Crianças, adolescentes e jovens ficavam fascinados, pelas atrações que o parquinho lhes oferecia, conforme a sua faixa etária: montar nos cavalinhos do carrossel; deslizar no tobogã; balançar na gangorra; chegar às alturas nos barquinhos acionados pelos usuários, por uma corda; pilotar um carrinho na pista do bate-bate; atingir o ponto mais alto da roda-gigante. Apesar do local ser espaçoso, não comportava o trem-fantasma.
Para a satisfação dos mais diversos paladares, não faltavam as guloseimas: maçã do amor, amendoim torrado, pirulito, pipoca e algodão doce.
As barracas eram muito variadas: de pescaria; a de tiro ao alvo, com espingardas de pressão com chumbinho ou rolha; a de arremesso de bolas de meia para derrubar latas de óleo, alinhadas em forma de triângulo; a de lançamento de argolas para enlaçar um maço de cigarro.

Todas essas atividades eram realizadas ao som de sucessos musicais da época, interpretados por famosos cantores como Cauby Peixoto, Ângela Maria, Agostinho dos Santos, Lucho Gatica, Elvis Presley, que se faziam ouvir através de alto-falantes, colocados em alguns pontos da área do parque. As melodias Conceição, Espera-Me No Céu, Risque, Balada Triste, La Barca, El Reloj, Wilma, Sabra Dios, Love Me Tender e outras mais, envolviam o ambiente num clima romântico.
Os mais ardorosos aproveitavam para dedicar, pelo serviço de alto-falantes, uma canção à pessoa dos seus sonhos. Geralmente, o nome não era anunciado, mas substituído pela descrição do seu traje: “Atenção lourinha de “rabo de cavalo”, saia marrom godê-duplo, blusa rosa de nylon! Seu admirador de olhos verdes, cabelo à James Dean, suéter grená, lhe dedica a próxima música, o bolero “Usted” e a espera, na barraquinha da maçã do amor!” Era o bastante para que o coração da jovem batesse mais acelerado de emoção, por se sentir destacada pelo “broto”, no meio das demais.
O local era, também, propício para o exercício da emocionante linguagem do flerte, quando os enamorados, pela troca de olhares, revelavam os mais secretos e variados sentimentos de seus corações.
Com o passar do tempo, os terrenos foram sendo ocupados por edifícios, e os que continuam baldios, se transformaram em rentáveis estacionamentos de veículos.
Agora, só resta cantarolar a composição de Roberto Carlos, “Jovens Tardes de Domingo” e repetir:
“O que foi felicidade, me mata agora de saudade: Velhos Tempos, Belos Dias”.
Comentários
Sim, Leyla, também vivi tudo isso e é muito bom recordar; ou seja, passar de novo pelo coração.