Passei muito tempo querendo ser cronista

Passei muito tempo querendo ser cronista, função que exerci algumas vezes ao longo dos últimos 20 anos. A primeira função do cronista é... abordar um tema. Eu, tantas vezes achei chata e arbitrária essa função, que preferi, em alguns casos também por gosto, escrever sobre a falta de assunto – o nada mesmo. Alguns leitores me compreendiam, e um elogio do polêmico e talentoso ator friburguense, Carlito Marchon, à minha capacidade de “escrever sobre nada” guardo na memória até hoje.
Além do assunto, outra questão importante para o cronista é o espaço – mais exatamente, o número de linhas. Publiquei anos no “Século XXI”, jornal alternativo que vigora até hoje, acomodando as palavras – e o tema – em espaço pequeno, não mais do que 20 linhas. Depois, publicando no meu próprio blog, espaço é o que não falta. Burilava o raciocínio para ocupar, no mínimo, uma página.
E daí, né? E você com isso? Daí que apesar do enorme espaço disponível, no mundo virtual o leitor tem pouca paciência para muitos parágrafos. A rede pede textos curtos. Eu, que achava isso o cúmulo da ignorância e relutava em me adaptar, me sinto novamente desafiada. É que o tema já não é mais um problema. Dividindo meu tempo entre Rio e Friburgo, entrando e saindo da cidade a cada dez dias, tem um assunto que me chama ostensivamente a atenção: o matagal.
A vegetação urbana da nossa cidade tem se apresentado em desordem sistemática. Em vários lugares, o mato ultrapassa a altura do meio fio – isso no centro ou na entrada principal. Árvores e arbustos de alguns canteiros seguem cercados de mato alto. Melhor nem falar da vegetação à beira dos rios. Diante de tantos problemas urbanos, do trânsito, da saúde e da educação, essa falta de cuidado chama a atenção. Um detalhe. Mas um tema que vale a escrita. Você me acompanha, leitor? Vem comigo!
Comentários
Bom saber que leitores de fora de Friburgo vão se interessar pelas minhas reflexões urbanas, primo! Volte sempre aqui. Abração!
Olá prima. Apesar de longe de Friburgo há algum tempo, entendo perfeitamente sua preocupação com tal fato. Em Juiz de Fora, minha cidade acontece o mesmo. Realmente é incrível como os administradores/ gestores e também os moradores não percebem que uma atitude simples pode deixar nossas cidades mais belas e receptivas. Não bastasse os grandes problemas, estes pequenos poderiam ser evitados. O que faz bem aos olhos com certeza faz bem ao espírito tambem. Uma cidade limpa faz a gente se sentir melhor.Todos agradeceríamos .