Publicado 01/08/2014 15:45:51

UMA RUA, VÁRIOS NOMES, ALGUMAS HISTÓRIAS II

Há algum tempo - depois de decorridas várias décadas- ao caminhar pelas ruas da minha cidade, principalmente, pela Rua Fernando Bizzotto, eu retorno, no tempo (à década de 40), e vejo os prédios da atualidade, substituídos pelo casario antigo, com seus saudosos moradores. Assim, como num conto de fadas, estou na Rua da Campesina, esquina da Alberto Braune, no Bazar das Noivas (hoje, Beto Calçados), de propriedade do Sr. Domingos Miranda, conhecido por “Domingos República”, especializado em móveis de salas e quarto. A loja era muito ampla se estendendo pela Rua da Campesina (ainda não havia o edifício).Na parte térrea, da moradia da família Miranda, ficava a colchoaria (atual Nextel). Os colchões eram confeccionados com um capim especial, denominado de “Crina”, que tinha de estar bem seco, para ser utilizado. As máquinas de costura eram especiais para tal finalidade, requerendo, também, profissionais habilitados.


Prosseguindo, no nº 26 (antigo Hotel Montanus), ficava a Casa de Saúde Nova Friburgo, do médico-cirurgião Dr. Mário Sertã. O imóvel pertencera ao libanês Sr. Kassabe, sócio da firma Amélio e Cia. dos irmãos Moisés e João Amélio,na Rua Barão do Bom Retiro, futura Cadima, Supermercado da Construção Civil. De nº 34, era a casa do português Avelino Pimenta, proprietário de um açougue, estabelecido numa das lojas da Associação Comercial.
Dona Emília Gonçalves Ferreira, morava com os filhos no nº 38. Ela era viúva do português João Marques Ferreira, um dos doadores dos terrenos para a abertura da Rua São João ( Rua Monsenhor José Antônio Teixeira). Continuando, a entrada da Oficina Bizzotto e, no sobrado, viviam José Bizzotto, a esposa Noêmia e os filhos José Newton e Danilo. Na casa 50 (hoje, Edifício Fernando Bizzotto), o Sr. Sarno e família.Ele era um empregado de confiança dos Bizzotto, uma espécie de supervisor dos empregados da Oficina.


A seguir, a sede da Banda Campesina Friburguense, nos fundos da qual, moravam o Maestro Joaquim Naegele e sua família. Aliás uma família grande, constituída de uma prole numerosa. Quando a banda saia, quem levava a bandeira vermelha da agremiação, com muito garbo, era uma das filhas do maestro.
A sede da banda não existe mais, em seu lugar, a Rua Prefeito José Eugênio Muller. No chalé assobradado, de duas janelas, de nº 58 (atualmente, um edifício de esquina), Antônio Maciel com sua família. Ele comerciava hortaliças, legumes e frutas, ficando, diante de sua moradia, tropas de burros e mulas - com os balaios repletos de mercadoria- vindas do interior. Era muito agradável o som produzido pelas sinetas, penduradas no pescoço da “madrinha da tropa”.
Algum tempo depois, o idoso casal Herdy residiria, no local. . O português Luis Carneiro, representante de uma fábrica de tecidos, ocupava a casa de nº 68, com sua esposa Carmélia e a filha Carminha. Ao mudar-se, veio residir Francisco Medeiros Lopes, o “Seu”Chico Lopes, com sua família. Ele era o proprietário do imóvel e o administrador da Chácara do Paraíso, de Vicente de Moraes. Na Avenida Vereador Antônio Elias (na época, Vila Vicente Sobrinho), várias famílias, dentre elas, Jonas Santos, a esposa Tarcília e as filhas Nara e Edinha, e Juvenal de Souza, músico da Campesina, sua esposa Esther e filhos.

Retornando à Rua da Campesina, o comerciante libanês Elias Buaiz, proprietário da Casa Ideal, morava com a família, no nº 72, onde está instalado o SEBRAE. No imóvel 76, o médico Dr. Eurico Xavier de Brito, a esposa, professora de piano Elza Pamplona Xavier de Brito e os filhos Eraldo e Eunice. Ao se mudarem, a referida casa foi ocupada pelas irmãs do futuro Vereador Sebastião Pacheco. O comerciante Aristides Machado adquiriu a propriedade dos herdeiros de Valentim Bizzotto, vindo a residir, com a família, em julho de 1947.
Na residência de nº 80, viviam a viúva de Valentim Bizzotto, Dª.Nena (Nazarena) e as filhas Noêmia e Joanita e o filho Dr. Humberto Bizzotto e família. Ele foi o encarregado do trabalho de engenharia que deu origem ao “Véu da Noiva” (extinto na tragédia de 2011). Já o seu irmão Mario Bizzotto, eletricista, que residia nos fundos, com a família, foi o responsável pela variedade de cores da “Fonte Luminosa” de nossa praça principal. A residência 82, cercada por amplo terreno, era ocupada por Ernesto Bizzotto e família. Ele tinha criação de gado, em Córrego d’anta, e o local era conhecido como “Campo dos Bizzotto”, e um açougue na Rua São João.

Ao chegar ao fim da narrativa da Rua da Campesina, lado par, na próxima oportunidade, relatarei o que diz respeito ao lado ímpar.

Comentários

Moacyr Bizzotto 03/11/2017 21:40:16

Que maravilha de texto e memórias.

Antônio fernando 03/06/2015 00:08:30

A lembrar, ainda, no lado par, a casa de tia Odete, no 62, a casa de seu Lolo da padaria, e a do professor Tessa. Todas servidas pelo leite fornecido na carroça do senhor Barroso

alexandre Penna Merecci 03/11/2014 20:30:59

Amo sua coluna amiga

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